No país que deu ao mundo a palavra "democracia" o povo não pode decidir nada

Democracia é uma palavra de origem grega. É o nome dado ao regime político adotado por Clios, Atenas e dezenas de outras cidades gregas meio milênio antes de Cristo. Nesses regimes políticos os homens livres (escravos, mulheres e estrangeiros estavam fora) decidiam sobre todos os assuntos da cidade em Assembléias e Conselhos, elegiam e depunham seus generais, tesoureiros, diplomatas etc. Seus detratores é que cunharam o nome, que poderíamos traduzir pela expressão "poder do povão", embora literalmente fosse "poder dos povoados", ou poder das zonas políticas que depois das reformas de Clistenes tomaram o nome de "demos".

Esse nome depois foi usado por diversos regimes políticos, praticamente todos completamente diferentes entre si. A Grécia de nossos dias, e mais ainda o resto da União Européia, fazem questão de ressaltar serem democracias. Mais que isso, modelos de democracia! Pois bem, foi somente o primeiro-ministro grego recuar perante seu povo e propor um plebiscito sobre a situação do país e iniciou-se toda uma campanha mundial, em que entraram até as redes de TV "brasileiras", condenando desesperadamente a participação do povo grego nas decisões.

Vão ser cortados salários e benefícios, vão ser dificultadas as aposentadorias, reduzidos os investimentos públicos, sucateados os servições de saúde e a educação, elevados os impostos, e o povo não pode decidir se deseja esse caminho ou outro. Eis ai, mais uma vez, um retrato das "democracias" de nossos dias.

Comentários

Daniel Braga disse…
Essa mesma "democracia" é apregoada cada vez que um ditador não alinhado aos interesses do império e do capitalismo é derrubado. Democracia só serve se for para reproduzir um sistema excludente e opressor: Ya basta!
Revistacidadesol disse…
Oi, Alex. Eu acho que podíamos chamar a crise de 2008 de "Crack de 2009", o que acha? Veja se consegue sugerir isso nas conferências e teses do partido.

Quando eu disse isso a um amigo economista, ex-diretor de banco, ele imediatamente anotou a sugestão. A crise ainda não tem nome, mas ainda a terá no futuro.

Eu uso, sempre que possível, a sua definição da "república de 88" para o momento que vivemos. Acho que nós intelectuais temos de criar conceitos. Eu inventei o conceito de "telelúmpen" para esse tipo de trabalhador degradado pelo crime que liga pelo telefone dizendo que seu filho foi sequestrado, etc.

Abs do Lúcio Jr!
Toda a União Européia corre grande perigo... Quão irônico que o berço da democracia esteja sendo roubado pelos banqueiros, os políticos e os burocratas. Para todas aquelas crianças que pensam que vivem em uma democracia, a fusão entre estado e poder empresarial, por definição, chama-se fascismo... é fascismo puro e simples. Acabemos com esta farsa de democracia. (Gerald Celente: Acabemos com esta farsa de democracia)