O poder das informações: O caso WikiLeaks

Existem jovens que acreditam que melhorarão o mundo usando bombas e fuzis, e acham graça dos conselhos de revolucionários treinados, como Lênin, cuja obra é um tratado sobre como se faz uma revolução, de que qualquer panfleto faz mais estragos contra o capitalismo que uma bomba. A destruição das Torres Gêmeas e o ataque ao Pentágono, por exemplo, não causaram ao mais poderoso país capitalista do planeta nem sombra dos danos feitos agora, pelo WikiLeaks, ao publicar 250 mil telegramas entre Washington e suas embaixadas espalhadas pelo mundo.

Os EUA confessam que estão abalados com sua histeria por tentar fechar o WikiLeaks. A "inteligência" estadunidense fez brotar acusações de estupro contra o fundador desse portal, Julian Assange, e já arrancou da Interpol uma ordem de prisão. O banco por onde o WikiLeaks recebe recursos cortou sua conta. Alguns senadores dos EUA já falam em pena de morte para os responsáveis por vazar as informações.

Esse desespero, ridículo e comprometedor, não é por pouca dor! Como bem disse Julian Assange, as informações agora divulgadas darão dor de cabeça para os EUA por muitos anos. A imprensa "brasileira" televisiva, mais imperialista que o Império, já está quase torcendo pela prisão de Assange, apesar dos furos jornalisticos que este promete. Os jornais impressos ao menos estão explicando, embora não com destaque, que os tais telegramas revelam o que qualquer pessoa acordada já imaginava - que os EUA não gostam de nossa independência, e destacadamente, não gostam de nossa diplomacia, que habilidosamente tem defendido essa mesma independência.

Acrescentamos que felizmente não é só o Império que joga. Ao lado do WikiLeaks estão todas as pessoas que defendem a liberdade e a democracia no mundo todo. Basta dizer que temendo a censura, o WikiLeaks pediu ajuda e em todo o mundo já existem centenas de espelhos desse portal, para impossibilitar que as informações sejam destruídas. E ao menos um governo, o Equador de Rafael Correa, já ofereceu apoio e mesmo cidadania a Julian Assange e ao WikiLeaks.

Comentários

The young are reproached for the use of violence. But don't we find ourselves in an unending state of violence? Given that we are born and raised in a prison, we know longer notice that we are in stir, with hands and feet chained and a gag in the mouth. What is it that you call legal status? A law that makes an enslaved herd of the great mass of citizens, in order to satisfy the unnatural needs of an insignificant and corrupt minority? — Georg Buchner
Nunca defendemos as leis capitalistas. que escravizam toda a humanidade (não só as grandes massas), mas simplesmente defendemos que elas não podem ser combatidas com bombas e tiros, mas necessariamente com idéias. Os jovens que usam a violência instintivamente contra as tropas estão inspirados por forte sentimento de justiça, mas são inocentes, e o papel dos Partidos Comunistas não é estimular a infantilidade dos jovens, mas sim sua racionalidade.