O DECÁLOGO TCHUTCHUCA DO FILHÃO

Wlamir Silva
Professor e historiador

E o "brilhante" deputado Zeca Dirceu pautou o debate com o ministro, ao menos para a alegria da “esquerda memética”. O ministro, pontifica o filhão, é "tigrão" com os aposentados, agricultores e professores, e "tchutchuca" com os bancos! Um primor de raciocínio com a referência “literária” pertinente...



O partido do Zeca, seu Bonaparte e seus mamulengos, como se sabe:

1) foi tchutchucazo com os bancos por 13 anos, durante os quais lucraram como nunca;

2) fez reformas da previdência semelhantes em 2003, 2010 e 2013;

3) nunca tocou na reforma anterior, de 1998, nem no perverso fator previdenciário, que “tigreia” os pobres do Regime Geral desde 1999;

4) reconhece déficit na Previdência quando no governo, inclusive o Bonaparte já disse da necessidade de aumentar a idade mínima, e a nega quando na oposição;

5) não encaminhou reforma tributária, cobrança de dívidas, imposto sobre grandes fortunas, mudanças nas aposentadorias militar, judiciária ou de políticos, e vetou uma auditoria da dívida pública;

6) reconhece o problema fiscal quando no governo, mas o nega quando às vésperas de eleições e na oposição;

7) se refere aos bancos, ou ao agronegócio, como vilões quando na oposição ou em vésperas de eleições, mas os trata como heróis e fundamentais para a economia quando no governo;

8) trata a dívida pública como roubo quando em vésperas de eleição e na oposição, e capitaliza o Estado com os títulos que a compõem e cumpre o superávit primário com louvor quando no governo; 

9) deu continuidade a uma política macroeconômica neoliberal, fez graças compensatórias com o na maré boa das commodities, mostrou incompetência para gerar desenvolvimento e gerir o orçamento no momento de refluxo e criou um esquema de corrupção que ajudou a sangrar e desorganizar o Estado;

10) imergiu numa profunda promiscuidade com a política tradicional mais rasteira e contribuiu para a despolitização da sociedade, evitando que as questões fossem tratadas na esfera pública.

O filhão é uma caricatura deste quadro lastimoso de inércia que suga a esquerda brasileira...

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