
O mundo está entrando na era dos robôs muito mais
rápido do que o previsto. A previsão é de que em 20 anos metade dos atuais
tipos de empregos terão desaparecido, substituídos por robôs. Será preciso
tomar todas as medidas imagináveis para gerar empregos, porque conter os robôs
é impossível dada a concorrência e a enormidade da tarefa. As mentes
capitalistas mais inteligentes do mundo já estão pensando em remédios para o
problema. As reformas previdenciárias que dificultam as aposentadorias estão no
sentido contrário, pois reduzem os empregos, são portanto inúteis, e terão que
ser rapidamente desfeitas por governos mais capazes no futuro. Os únicos que
necessitam da reforma da previdência são os ladrões da banca, que querem vender
planos previdenciários privados.
A livre iniciativa é não só uma característica
central do capitalismo (embora não a única), como talvez a principal
propaganda, a característica mais aplaudida pelos defensores desse modo de vida.
Barrar a livre iniciativa seria acabar com o capitalismo, pois não se poderia
dar tal nome a um regime sem tal característica. Os robôs são frutos da livre
iniciativa. Quem conseguir pode inventar a máquina que cismar e com ela reduzir
os custos de produção, o que quase sempre significa gastar uma quantidade menor
de tempo para uma mesma quantidade de mercadoria, dito de outra forma, uma
quantidade menor de trabalho humano para transformar a mesma quantidade de
matéria prima. Para a sociedade existe o aspecto muito positivo das máquinas
que é a redução dos preços, de forma que as sociedades industriais são as mais
prósperas da história humana. Tanto que entre os problemas atuais da humanidade
se contam a obesidade, o lixo, a exaustão de recursos naturais, e o desemprego,
porque desempregados comem, vestem e moram!
O desemprego, aliás, está crescendo de forma
crônica. Ou seja, não é um simples desemprego sazonal, nem se limita ao
desemprego que a sociedade capitalista mantém com a finalidade de reduzir
salários. As sociedades capitalistas têm perdido vagas de emprego de vez! Além
de graves problemas sociais, e de não prestar uma sociedade que não é boa para
a maioria de seus membros, economicamente também é inviável, uma vez que as
máquinas produzem cada vez mais para uma quantidade decrescente de compradores!
Será necessário reduzir jornadas de trabalho,
oferecer trabalho público de baixos salários para quem quiser (não é frente de
trabalho, não, é trabalho permanente e produtivo), e generosidade na hora de
distribuir aposentadorias. Ao invés de reduzir, será necessário aumentar as
aposentadorias para tirar do mercado de trabalho os aposentados.
As mentes capitalistas mais inteligentes, que são as
que têm sucesso, os gênios da informática, têm se reunido e defendido uma renda
mínima mundial! Todo cidadão do mundo receberia uma renda mínima. Eles não
viraram comunistas! Também não é caridade, loucura ou religião. É inteligência!
Eles são da área, sabem o que os robôs são capazes, e compreendem que ou bem
criam mercado consumidor além dos assalariados, ou bem a economia quebra
completamente. Também o atual governo italiano, uma aliança da Liga Norte com o
Cinco Estrelas, de direita mas na contra mão da direita medíocre, reduziu a
idade para aposentadorias e criou uma “renda cidadã” para os mais pobres. Iriam
deixar a economia quebrar, os italianos sofrerem, para manterem dogmas
fracassados?
De onde vai vir o dinheiro? Perguntam os
“economistas” que não sabem diferenciar valor de preço. No caso brasileiro essa
resposta é fácil, porque aqui os ricos não pagam impostos! Se os ricos, que
concentram a maioria absoluta da riqueza nacional, não pagam impostos, está
sobrando dinheiro! Ele só não está sendo arrecadado. A democracia ateniense,
modelo mais antigo das democracias ocidentais, quando precisava de recursos
fazia a lista dos atenienses mais ricos e dividia a conta entre eles. Nada mais
democrático!
Contudo, como há quem queira entender os problemas
econômicos reais, também sobra riqueza verdadeira para sustentar todas as
medidas necessárias - os aposentados, dar empregos de um salário para todo
mundo que quiser trabalhar sem exceções, bolsas etc. A sociedade humana nunca
foi tão rica! Os defensores da reforma da (im)previdência alegam que o número
de aposentados está crescendo, e o de trabalhadores diminuindo, colocando a
previdência em crise. Mas eles se esquecem que um trabalhador produz com a
tecnologia de hoje o que dez trabalhadores não conseguiam produzir no passado.
Ou seja, a riqueza social cresceu, e sustentar aposentados ficou muito mais
barato! O problema da previdência é puramente contábil, só existe no papel,
porque as riquezas tem sido concentradas nas mãos de uma minoria de ricos, e os
salários têm tido uma participação cada vez menor no montante das riquezas
sociais. Ou seja, a fonte das receitas da previdência tem se reduzido em
proveito dos ricos. Portanto esse problema contábil se resolve fazendo os ricos
pagarem impostos.
Claro que existe um outro lado dessa moeda da
relação dos ricos com o Estado brasileiro. Além de não pagarem impostos, eles
saqueiam o Estado com a corrupção e via dívida pública. Os impostos são
arrecadados dos pobres, e distribuídos entre os ricos que não pagam impostos! O
déficit que existe no Brasil não é da previdência, é de vergonha na cara, é de
Pátria, é de honra, é de um verdadeiro povo, é de justiça, é de educação, é de
amor próprio, é de Revolução!
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