No Brasil, há muitos anos os trabalhadores, os Sindicatos,
as esquerdas etc. vivem em defensiva, e sofrendo constantes revezes. Governo
após governo, inclusive os petistas, cortam direitos dos trabalhadores e
limitam as aposentadorias. A última reforma trabalhista rompeu o pacto feito
entre Getúlio Vargas e os trabalhadores, e a reforma da previdência que se quer
fazer impossibilitará a maioria dos brasileiros de se aposentar. Contudo, não
se vê resistência! Sindicatos, entidades estudantis, partidos etc. não
conseguem esboçar resistência nenhuma!
Para começo de conversa erraram na escolha da estratégia e
das táticas. Defensivas precisam ser passageiras! Mas principalmente,
defensivas precisam ser complementadas por contra-ataques.
O inimigo precisa ser atacado em seus pontos fracos, mesmo,
e até preferencialmente, se o assunto não for um dos que estão na agenda
oficial!
O inimigo é o capital financeiro, que saqueia mais de metade do
orçamento da União e quer dificultar as aposentadorias para poder roubar um
pouco mais. Essa realidade deve ser denunciada até as crianças de grupo a
saberem de cor! Toda vez que se propuser economias, deve-se contra-argumentar
que está sobrando dinheiro, já que podemos doar metade de nosso dinheiro para
ricaços vagabundos. Toda vez que se propuser qualquer medida impopular, contra
os aposentados, contra os trabalhadores, deve-se lembrar que metade de nossos
impostos é desviado para deixar os ricos mais ricos!
É necessário exigir a auditoria da dívida pública
incessantemente, ou mesmo sua denúncia como criminosa. Deve-se defender uma
porcentagem máxima do orçamento a ser gasta com dívidas. Em outras palavras,
deve-se bater na espinha dorsal do saque que o capital financeiro executa no
Brasil.
Deve-se bater no saque imperialista do ponto de vista econômico,
político e científico (o que Lênin e Engels chamariam de ideológico). Ou seja, os
números, as quantias saqueadas; Que a “dívida” é uma fraude pois foi feita
entre os estrangeiros e seus lacaios, ou seja, os credores fizeram uma dívida
de terceiros com eles mesmos. O Brasil não é soberano, seu povo não manda nele,
portanto a dívida não existe, é um saque colonial; Que assim é o domínio
imperial desde o final do século XIX. Não se domina mais as colônias com armas,
mas com dinheiro! O que a imprensa de ocupação chama de “investimento
estrangeiro” não passa de uma invasão.
As elites econômicas brasileiras são sócias do capital
financeiro (são capitalistas financeiros também), e mantêm um sistema
tributário que tira dos pobres para dar aos ricos! Os ricos não pagam impostos
sobre grandes fortunas, nem sobre seus latifúndios, nem sobre transações
financeiras! Então, como falta dinheiro??? Toda vez que se falar em economias
contra o povo, contra a educação, contra a saúde, contra os aposentados, contra
os trabalhadores, deve-se rebater que o país tem muito dinheiro, pois é um dos
poucos que se dá ao luxo de não cobrar impostos sobre grandes fortunas e sobre
latifúndios.
Mesmo do ponto de vista da pura defesa, a incompetência dos
que pretendem estar defendendo os aposentados é alarmante! O governo mente todo
dia, a Globo mente que a Previdência está deficitária todo dia, e os supostos
opositores não conseguem desmentir! Aqui está a Internet, e também cartazes
nunca foram tão baratos, mas nossos “lideres” parecem analfabetos, porque não
respondem as mentiras do governo! As ruas das periferias de São Paulo deviam
estar cheias de cartazes mostrando que nesses bairros se morre antes dos 60
anos, mas as pessoas estão sendo convencidas de que morrerão com mais de 100!
Contudo, é impossível dissimular a desconfiança de que os
“líderes” de nossa “esquerda”, de nossos Sindicatos e entidades estudantis não
estão batendo forte no inimigo não só por incompetência, mas por falta de
vontade. Alguns querem somente eleger seu candidato a presidência e continuarem
pagando metade do orçamento aos estrangeiros como uma boa colônia, e
continuarem não cobrando impostos dos seus amiguinhos ricos, como fizeram por
14 anos completamente desperdiçados.
O árduo e perpétuo trabalho de organizar/politizar o povo
deve ser retomado, do zero, onde está! A conjuntura e a Internet facilitam esse
trabalho. O estado deplorável, o imenso atraso de nosso povo no aspecto
organizativo não deve nos desesperar, porque alguns dias valem por anos, ou
seja, como nos ensina o estudo da dialética, o desenvolvimento inclui saltos.
Ademais, assim como o trabalho feito até hoje tem sido pouco produtivo, quase
nulo, porque mal dirigido, mal pensado, o trabalho político acertado, sob
direção inteligente, parecerá mágica. O caminho correto se descobre com debate
e com autocrítica, duas coisas desestimuladas pelas lideranças fracas,
carreiristas e ladrões, que vivem da eterna defensiva.
Contra-atacar, organizar e politizar é um trabalho só! Ao
mesmo tempo que se denuncia que metade do orçamento é dado em tributo aos
estrangeiros, em si um trabalho de politização, pessoas precisam ser
mobilizadas para promover essa denúncia. Para se criar a União dos Trabalhadores
de uma cidade é necessário promover atividades, e a primeira é tornar pública a
existência dessa UT, o que se faz com alguma denúncia, a mais pesada possível,
contra o verdadeiro e maior inimigo – o capital financeiro.
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