

Uma vereadora petista, defendendo o aumento das passagens de
ônibus na pequena São João del Rei para R$ 2,75, disse que o prefeito, outro
petista, só fez o que o Conselho de Transporte recomendou. Essa tentativa de
inocentar o prefeito, como se vê no gráfico acima, é puro petismo.
Dos 45 membros que tem o Conselho, 18 são indicados como
representantes de diferentes secretarias da Prefeitura e do Damae. A empresa,
que está circulando sem licitação tem dois
representantes, e o Sindicato a ela ligado tem mais dois. A PM e a
Polícia Civil são dirigidas pelo governo estadual, Pimentel, também do Pt, cada
uma com dois representantes. Por fim, a UFSJ tem dois representantes, e a
reitora atual era a vice-reitora do prefeito quando este era reitor. Sendo
assim, o Pt e a empresa de ônibus sozinhos têm maioria absoluta no Conselho,
com 28 votos, em diferentes tons de azul no gráfico acima.
É um raciocínio comum aos taxistas (dois membros) e
motoristas de vans (dois membros) que o aumento das passagens de ônibus permite
o aumento dos preços de seus próprios serviços. Que mais pessoas desistam do
transporte público me parece um objetivo lógico das Auto Escolas (dois membros).
Os votos normalmente contra aumentos de valores de
passagens, representados em tons de verde, são minoria absoluta. Os usuários da
área urbana inteira têm 3 representantes, e os da área rural têm 2. O DCE da
UFSJ tem 2 e UMES mais 2. Somente 9 votos, entre 45 membros.
Os frequentadores das reuniões do Conselho, que conhecem
seus membros, sabem dizer quem são, maioria militantes de que partido
(advinhem) etc. É indiscutível que o Conselho foi montado sob completo controle
do prefeito. Não é um Conselho representativo da população.
Esse Conselho é um exemplo típico dos vários conselhos que
hoje existem em cada município, e um exemplo da política petista. Os Conselhos
e o famoso Orçamento Participativo eram peças de propaganda para enganar o
eleitorado de esquerda que exige ampliação da democracia. São, ou eram, formas
de fingir que se amplia a democracia. O Orçamento Participativo nunca foi
realmente um debate de orçamento. Uma porcentagem ínfima das verbas é destinada
para pequenas obras e os representantes dos bairros brigam entre si para
aprovar obras nos seus próprios bairros e não nos bairros dos outros. Um
desserviço, jogando bairro contra bairro, como toda política fraudulenta. Já os
Conselhos são todos mais representativos dos governantes que do povo, raramente
são eleitos de forma honesta, raramente representam qualquer cidadão. Servem “para
inglês ver” e para escudar os prefeitos.
Não existe omelete sem quebrar ovos. Não existe ampliação da
democracia nos municípios sem liquidar a maioria dos poderes dos prefeitos e
reformar as Câmaras. Não será com paliativos e com teatros que se ampliará a
democracia.
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