
A maior
prova do fracasso das teorias liberais vigentes na política econômica
brasileira desde a eleição de Collor em 1889 até hoje é o gargalo energético
persistente. Diziam os liberais que nas mãos do mercado tudo se desenvolveria,
e agora o país não pode crescer, e tem mesmo que decrescer, porque não consegue
produzir mais energia, não tem ferrovias, suas “estradas” são picadas com
asfalto e faltam portos. Já era hora de muito mais setores da pequena burguesia
e do proletariado terem aterrissado, estudado um pouco de história, para
saberem que sempre foi o estado, com forte ação econômica estatal, que
impulsionou a economia de qualquer país.
Por conta
da insegurança energética as indústrias têm cotas de energia, ou seja, energia
já encomendada, ou seja, quase já vivem um racionamento permanente. Como as
reservas de água na região sudeste, região montanhosa onde as usinas elétricas
foram construídas em série e mesmo assim são muito produtivas, estão quase
vazias, e é ano eleitoral, para evitar apagões e racionamentos o governo está
comprando de volta as cotas de energia, a preços da Lua.
Os preços
são tão bons que algumas metalúrgicas estão desligando seus alto fornos. Para
cumprir contratos feitos anteriormente essas firmas estão comprando o mesmo
produto que produzem de concorrentes chinesas. Mesmo assim ainda ganham mais
que se estivessem produzindo, pois o valor pago pelo governo pelas cotas de
energia é muito alto.
Os governos
respondem a essa realidade com propaganda mentirosa. Enquanto vemos as ruas
cheias de mendigos, de craqueiros, assistimos os golpes e os crimes se
alastrando, sabemos que os salários não sobem, e que se o salário mínimo cresce
todos os outros salários são em compensação reduzidos ao mínimo, e vemos que os
aposentados vão sendo todos reduzidos ao mínimo, os governos, petistas e
tucanos, insistem em afirmarem que está acontecendo distribuição de renda, que
as coisas estão melhorando.
Mentira
ainda mais indecente é sobre o desemprego. O país tem cerca de 180 milhões de
habitantes, e somente 46 milhões de empregos formais, somando públicos e
privados. Apesar disso os governos FHC, Lula e Dilma insistem em divulgar um
desemprego pequeno, um índice que conta as pessoas que foram, naquele período,
por exemplo, em um mês, procurar emprego no SINE. Ninguém divulga a pesquisa do
IBGE informando que 18 milhões de brasileiros já desistiram de procurar
emprego.
Naturalmente,
os preços sobem, pois os impostos sobem, as taxas de energia e água sobem, e a
população cresce. Só é possível realmente combater inflação produzindo mais,
aumentando a oferta de produtos, pois os preços são influenciados pela relação
entre oferta e procura, como até os capitalistas sabem. Mas o país está
impedido de produzir mais porque não tem a infraestrutura necessária, uma vez
que caiu na esparrela liberal, privatizou suas empresas mais importantes,
entregou as indústrias básicas da economia ao mercado, e o mercado, conforme
era óbvio para todo e qualquer marxista, transformou tudo em mercadoria. Nas
mãos do mercado o dinheiro se foi e a capacidade de produção energética se
estagnou, ao contrário da distribuição e de seus preços, que cresceram estratosfericamente,
e agora o país não pode crescer, e pior, por conta de uma seca tem que
descrescer, reduzindo sua produção industrial e seus empregos. Uma seca é
suficiente para desmentir as ilusões da economia liberal.
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