Haverá uma manifestação em Brasília, articulada por setores da
esquerda, contra a reforma trabalhista proposta no seio do PT. O
famigerado Acordo Coletivo Especial vem para atacar os direitos
trabalhistas, conquistados com muita luta, e que agora estão
ameaçados pela trupe petista.
O ACE baseia-se na mudança de que deverá prevalecer o acordado
sobre o legislado. Fatidicamente, imaginamos qual será a margem de
negociação que sobrará aos sindicatos para as discussões com as
patronais, caso não seja respeitado os limites mínimos garantidos -
e conquistados - em constituição. Pior será, se o sindicato partir
da premissa de cooptado para as patronais ou o governo. Lembramos que
esse acordo, que não tem nada de especial, somente flexibilizará os
direitos garantidos dos trabalhadores para baixo, pois para cima já
é constitucional. Ou seja, além dos sindicatos tentarem avançar
nas conquistas, terão que se preocupar em não perder as conquistas
anteriores. Qual será o limite mínimo dos direitos, antes o ponto
de partida das negociações entre trabalhadores e patronais?
Essa reforma trabalhista, um sonho da direita liberal, pois apalpada
no governo FHC e, posteriormente, no governo Lula, nasce amparada
pelos setores mais petistas como a CUT. Esta vem desiludindo os
trabalhadores e mostrando de que lado está de fato. Trata-se de uma
estratégia para ludibriar a classe trabalhadora pois a CUT e,
pasmem, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, capitanearam o tal ACE,
algo que nem mesmo as classes declaradamente dirigentes conseguiram
fazer até então, valendo-se do histórico de referência junto aos
trabalhadores daquelas entidades. Que triste e melancólico fim
obteve a relação entre o petismo e o trabalhismo; já sabemos que
estes detém princípios incompatíveis, restando a oficialização e
a publicização desse fato.
Os partidos e as centrais sindicais de esquerda articularam uma
manifestação em Brasília para declarar o posicionamento contrário
a mais esse ataque contra os direitos dos trabalhadores. Será
importante testar o potencial de mobilização da esquerda, visto que
do governo não sairá boas notícias, pois este mantém altos
índices de aprovação amparado na grande mídia e que agora, em
nome dos seus patrocinadores, cobra os dividendos do governo,
atacando os trabalhadores. Sabemos também, que federações ligadas
aos aposentados aproveitarão a manifestação para fazer uma
vigília, pois sabem que os aposentados também serão alvos de
ataques do governo-patrão.
Por motivos óbvios, essa manifestação não terá espaços na
grande mídia.
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