Não se trata só de São João del-Rei mas do país inteiro. Com exceção dos municípios onde os prefeitos elegeram seus candidatos ou se reelegeram, como acontece de 4 em 4 anos, será tudo saqueado. No primeiro ano de mandato, em parte por ser verdade, em parte por ser uma ótima desculpa, os prefeitos não farão o que precisam sob a alegação de que ainda estarão "arrumando a casa", que novamente é o mesmo, em toda cidade, de 4 em 4 anos. O fato de acontecer a mesma coisa em 5 mil e tantos municípios, por décadas, precisa ser reconhecido e colocado em pauta, pois trata-se do verdadeiro problema.
Claro que algumas cidades são mais vigiadas, para sermos claros, as capitais. É mais perigoso para um prefeito arrasar uma prefeitura em caso de derrota se ele for de uma capital, mas no caso da maioria dos 5000 e tantos municípios, tudo é destruído, saqueado. Não sobra um carro funcionando, pois as peças são retiradas. Não sobra um computador inteiro, pelo mesmo motivo. Sobram todas as dívidas que podem sobrar dentro da lei e algumas fora da lei. Isso é feito mais pela rivalidade política que pelo valor do saque. Ninguém vai preso! No caso de escândalo um ou dois bodes expiatórios.
O primeiro ano de mandato é o melhor para se roubar, uma vez que está mais distante das eleições de dali há 4 anos, e é coberto pela desculpa de que a prefeitura está endividada e arrasada. Ao mesmo tempo, repor carros, computadores etc. é sempre um ótimo negócio para os prefeitos e para as empresas que os vendem. Em outras palavras, a corrupção e o mercado se entendem bem! A rigor, a corrupção é a forma como dois mercados, o eleitoral e o de bens e mercadorias, interagem.
Nada disso é novidade para ninguém, mas a maioria das pessoas não aceita qual é a raiz do problema, e culpa os políticos, os corruptos e os eleitores. A imprensa também sustentada pela corrupção apedreja os corruptos que são pegos, e insinua que a culpa é de quem os elegeu, e a massa engole, a maioria xingando os políticos em geral, e uma grande parte, achando que é mais esperta, culpando o eleitorado, chegando exatamente à conclusão planejada. O regime político, a forma como o poder é organizado, distribuído, como ele é de fato, não entra em pauta na imprensa sustentada pelo dinheiro.
Contudo, por mais que seja uma informação que muita gente não gosta de assimilar e prefere desconhecer, o regime político é o problema que temos em mãos. A ideia simplória de que são as pessoas o problema e a solução, ou seja, que basta trocar pessoas até colocar no comando um messias, ou a ideia pseudo politizada de que o eleitorado precisa avançar, precisa aprender, são na verdade as formas de defesa do próprio regime político. Esse regime político se baseia na ideia de que as pessoas, o eleitorado, escolhem os governantes, e assim dirigem seus próprios destinos. Ou seja, as "criticas" alimentadas pela imprensa contra esse ou aquele corrupto ou contra a incapacidade do eleitorado são somente reafirmações do regime político, e não a sua negação.
Cada detalhe de nossa sociedade, inclusive esse da transição entre prefeitos rivais, prova que precisamos de um regime político melhor.
Claro que algumas cidades são mais vigiadas, para sermos claros, as capitais. É mais perigoso para um prefeito arrasar uma prefeitura em caso de derrota se ele for de uma capital, mas no caso da maioria dos 5000 e tantos municípios, tudo é destruído, saqueado. Não sobra um carro funcionando, pois as peças são retiradas. Não sobra um computador inteiro, pelo mesmo motivo. Sobram todas as dívidas que podem sobrar dentro da lei e algumas fora da lei. Isso é feito mais pela rivalidade política que pelo valor do saque. Ninguém vai preso! No caso de escândalo um ou dois bodes expiatórios.
O primeiro ano de mandato é o melhor para se roubar, uma vez que está mais distante das eleições de dali há 4 anos, e é coberto pela desculpa de que a prefeitura está endividada e arrasada. Ao mesmo tempo, repor carros, computadores etc. é sempre um ótimo negócio para os prefeitos e para as empresas que os vendem. Em outras palavras, a corrupção e o mercado se entendem bem! A rigor, a corrupção é a forma como dois mercados, o eleitoral e o de bens e mercadorias, interagem.
Nada disso é novidade para ninguém, mas a maioria das pessoas não aceita qual é a raiz do problema, e culpa os políticos, os corruptos e os eleitores. A imprensa também sustentada pela corrupção apedreja os corruptos que são pegos, e insinua que a culpa é de quem os elegeu, e a massa engole, a maioria xingando os políticos em geral, e uma grande parte, achando que é mais esperta, culpando o eleitorado, chegando exatamente à conclusão planejada. O regime político, a forma como o poder é organizado, distribuído, como ele é de fato, não entra em pauta na imprensa sustentada pelo dinheiro.
Contudo, por mais que seja uma informação que muita gente não gosta de assimilar e prefere desconhecer, o regime político é o problema que temos em mãos. A ideia simplória de que são as pessoas o problema e a solução, ou seja, que basta trocar pessoas até colocar no comando um messias, ou a ideia pseudo politizada de que o eleitorado precisa avançar, precisa aprender, são na verdade as formas de defesa do próprio regime político. Esse regime político se baseia na ideia de que as pessoas, o eleitorado, escolhem os governantes, e assim dirigem seus próprios destinos. Ou seja, as "criticas" alimentadas pela imprensa contra esse ou aquele corrupto ou contra a incapacidade do eleitorado são somente reafirmações do regime político, e não a sua negação.
Cada detalhe de nossa sociedade, inclusive esse da transição entre prefeitos rivais, prova que precisamos de um regime político melhor.
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