Sobre o panfleto de Alexandre Marciano (21000), candidato a vereador pelo PCB (São João del-Rei - MG) nas eleições 2012
Eu, Alexandre Marciano (21000), candidato a vereador pelo PCB, montei um
panfleto para dialogar com os eleitores durante a campanha eleitoral
2012. Dois pontos sobressaem no dito panfleto que se segue: a crítica ao que temos e uma proposta de direção.
O primeiro ponto é a CRÍTICA: a partir de uma visão pragmática
da política municipal, por acompanhar as reuniões da câmara, a
primeira coisa a fazer é a DENÚNCIA da desorganização absurda, as
práticas de troca de favores e os fins eleitoreiros dos atuais
vereadores e prefeitura. Com isso, fica impossível do vereador FISCALIZAR o
executivo, por causa das amizades e a tentativa de aparecer com as
obras da prefeitura. A câmara está como um BALCÃO DE NEGÓCIOS e o
'toma lá, dá cá' reina abertamente. Ou seja, já vi 3 vereadores
brigarem por dizerem que estão 'fazendo' a obra de canalização de
uma rua, enquanto outro vereador declara que não sabe quanto entra
ou saí de verba da secretaria de obras públicas, portanto, não
sabe qual a quantidade de verbas que será destinada para outras
obras públicas durante esse período eleitoral. Por lei, o prefeito
pode manipular, em acordo com interesses eleitoreiros, 70% do
orçamento votado pela câmara... Ou seja, qual a importância atual
dos vereadores, já que não destinam a verba do orçamento, não
acompanham as verbas das secretarias e, portanto, não conseguirão
avaliar a prestação de contas das secretarias?
A câmara municipal não pode servir de apêndice da prefeitura:
será preciso montar um gabinete, aberto ao público, para direcionar
as reclamações, denúncias, formatar propostas, reivindicações e
indicações ao executivo, etc. além de servir de base de articulação com os movimentos sociais da cidade. Manter um jornal político, para
aproximar os trabalhos do legislativo com a população e esta saber o
que se passa, o que acontece: qualquer prefeito não gosta de ser
criticado, sendo uma arma contra as obras de prioridades duvidosas
(como re-asfaltar o entorno da rodoviária velha). Voltar com a
publicização dos trabalhos do legislativo com os meios de
comunicações da cidade, desde que não gere custo algum.
O segundo ponto é a DIREÇÃO: A coligação de esquerda propõe
avançar, sobre a organização da prestação do serviço público,
no sentido de aumentar a participação popular nos negócios do
município (prefeitura), de modo a retirar do prefeito a
exclusividade de poder. Precisamos aumentar a transparência das
contas públicas, para acompanhá-las mais facilmente e em tempo real. Devemos
avançar, também, em leis que exijam que os conselhos municipais
voltem a funcionar e que tenham a função, também, de fiscalização,
de deliberação, e poder sobre as respectivas secretarias. As
associações de bairro devem ter função na construção do
orçamento, direcionando, por força de lei, as prioridades da
secretarias de obras, por exemplo, acusando uma direção no sentido
da pedagogia de participação popular. Sabemos das dificuldades
desses caminhos, mas propomos avançar nesta direção.
Será necessário implantar leis para exigir TRANSPARÊNCIA em tempo
real (entrada e saída do fluxo de caixa; relação de funcionários
públicos - para rastrear possíveis equívocos) das secretarias
municipais, afim de que a tarefa FISCALIZAR do vereador possa ser, de
fato, cumprida. O orçamento deve ser construído junto das
associações de bairro, com caráter de lei - resolutivo - para
obrigar a prefeitura a seguir o cronograma imposto. Os conselhos
municipais devem ser legalmente amparados para acompanhar as
secretarias municipais (FISCALIZAÇÃO), deliberar sobre as
prioridades das mesmas e, mesmo, ter o poder de demitir o respectivo
secretário, caso haja uma avaliação nesse sentido.
Tudo isso deve ser visto sobre a perspectiva da construção do
poder popular e, nesta linha, montar um campo de ação que permita
recuos mas, principalmente, avanços nesta direção. Será
necessário aproximar o vereador da sociedade civil e colocá-los em
frente à prefeitura, exigindo desta uma maior organização e uma
prestação de serviços voltada para o bem comum, idônea e aberta
para a comunidade. Quanto maior a participação popular na política,
menos ficaremos esperando um salvador cair na prefeitura e cuidar da
população vitimada com o sistema político-econômico-social que
temos atualmente. Trata-se da difusão do princípio do poder popular em que a sociedade
civil assuma seu papel de protagonista, e não mera espectadora, do espetáculo
político local.
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