Protestos populares como um ato político


No debate para as eleições municipais 2012 de Belo Horizonte, pela rede Bandeirantes, a candidata a prefeita Maria Consolação, da coligação PCB-PSOL, respondeu uma pergunta sobre a atuação dos partidos fora do período eleitoral. A candidata discursou sobre as manifestações políticas que aconteceram em Belo Horizonte, com a participação dos militantes do PCB e PSOL, como os atos de ocupação e utilização das praças públicas da cidade e os protestos dentro da Câmara Municipal de Belo Horizonte, nos quais, os manifestantes conseguiram obstar as leis que aumentariam os salários dos próprios vereadores.

É interessante que em São João del-Rei também houve um movimento, espontâneo e principalmente com jovens estudantes, contra o aumento do número de cadeiras de vereadores e contra o aumento do próprio salário dos edis. Os manifestantes ocuparam a plenária e encerraram a sessão, fazendo com que os vereadores não votassem o aumento de salário, porém, não foi possível barrar o aumento do número de cadeiras da casa. Isso mostra que, a nível municipal, os manifestantes civis defendem bandeiras parecidas e enfrentam os mesmo inimigos, talvez porque as dificuldades de ação dos movimentos sociais acabam esbarrando num mesmo problema: a exclusividade de ação política dos profissionais da área, limitando, com isso, as mobilizações populares.
Embora a direita insista em deslegitimar esses movimentos de protesto, que acontecem além das instituições políticas, como atos políticos é claro e notório que existe uma direção ideológica nesses movimentos de contestação que honrosamente aparecem sem os profissionais da política, carecendo apenas de uma articulação mais sólida e uma atuação cotidiana por serem movimentos espontâneos. Em São João, ao menos, o recado foi dado e os políticos perceberam que o povo não está de todo indiferente com a vida política do município, embora a classe política se esforça para afastar, sistematicamente, os cidadãos do cotidiano político.

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