6 mil presos políticos nos EUA desde Setembro

Desde que se iniciaram nos EUA os protestos contra o poder do capital financeiro, já foram presas seis mil pessoas envolvidas nessas ações políticas. Os EUA já são campeões mundiais de prisões, tanto em porcentagem da população quando em números, mas de uma quantidade tão grande de presos políticos em tão pouco tempo não se teve exemplo nem nas perseguições anti-comunistas conhecidas como marcartismo, nem na repressão ao Partido dos Panteras Negras, nem nas perseguições contra o movimento pacifista.

Duas conclusões se pode tirar do exagero repressivo dos EUA. Em primeiro, que dessa vez os manifestantes acertaram no alvo, e por isso estão sendo presos em massa. Em segundo, que o centro do império está com sua hegemonia interna em risco para as próximas décadas.

Sobre a hipocrisia dos governos e da imprensa dos países capitalistas, que não dizem uma palavra a respeito, mas fazem a propaganda incessante das guerras imperiais, acusando as vítimas escolhidas de desrespeito aos direitos humanos, já não nos surpreende.

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Nos EUA 30% dos norte-americanos foi preso antes de completar 23 anos. A notícia não distingue o que acontece com os afro-americanos, mas podemos imaginar talvez dobrando o número apresentado. Por isso há quem fale de sociedade penitenciária. Além Mumia Abu-Jamal, conhecido preso cuja pena capital foi comutada pela cadeia perpétua após 30 anos no corredor da morte, também tomamos conhecimento de vários rebeldes, revolucionários e presos políticos, inclusive os integrantes e simpatizantes da organização MOVE, que desafiaram a autoridade dos Tribunais rotundamente em uma longa série de julgamentos; Rashaan Brooks-Bey, organizador de greves e outras ações pelos direitos dos presos, que junto com seus companheiros Russell Maroon Shoatz, Robert Joyner e Kareem Howard, enfrentaram o juiz diretamente e exigiram a prisão dos policiais; Martin Sostre, o legendário organizador da livraria Afro-Asiática em Buffalo, NY, que influenciou no pensamento de muitos outros presos; Iron Thunderhorse, batalhador incansável pelos direitos dos presos, agora, cego; e Ed Mead, originalmente um preso social que se tornou ativista pelos direitos dos presos, depois integrante da Brigada George Jackson e co-fundador da Prison Legal News. Também lembramos os Cinco cubanos presos nos os EUA, um grupo de espiões cubanos nos Estados Unidos que recolhiam informações sobre as futuras ações terroristas contra Cuba. O governo dos EUA acusou os agentes cubanos de trabalharem em solo dos EUA a serviço de inteligência de uma nação estrangeira. O governo argumenta que Cuba enviou estes cinco agentes para se infiltrar grupos terroristas e obter informações sobre futuros atos deste tipo contra Cuba, e poder impedi-los. [http://es.wikipedia.org/wiki/Los_cinco_cubanos_presos_en_los_Estados_Unidos#cite_note-ai-1]