Agora a Revolução Bolivariana precisa se aprofundar com uma nova democracia

Tanto Hugo Chavez quanto o povo venezuelano foram colocados pela doença do Coronel diante de uma verdade que já inquietava os revolucionários experientes de todo o mundo - ninguém é imortal. Uma revolução não pode depender de uma pessoa.

Ao mesmo tempo, é fácil notar, Chavez é insubstituível, e não há outro instrumento de unidade das forças que protagonizam a Revolução Bolivariana, pois o PCV ainda não tem toda essa força e o PSUV tem sua unidade em Chavez. O resultado é que sem Chavez a Revolução Bolivariana poderia ser derrotada em uma simples eleição presidencial.

É portanto evidente que se torna necessário mudar rapidamente a estratégia até aqui implementada. Tem que ser desfeito o fortalecimento do poder presidencial, certamente criado na ilusão da imortalidade. Tem que se estabelecer verdadeiro poder popular, e há que se pensar até mesmo na extinção de uma cargo perigoso como o de presidente da República.

Também é indispensável garantir que o exército não se voltará contra o povo caso se levante um general traidor da Revolução e da pátria. Deve-se combater a ilusão de que os exércitos precisam ser internamente autoritários para serem eficientes. A história prova o contrário, pois o exército que venceu não foi o nazista, mas o Vermelho, e sempre, desde Cronwell na Inglaterra do século XVII, passando pelo Exército Vermelho chinês, pelo Exército Rebelde cubano, pelo Exército do Povo vietnamita etc., a democracia sempre dá a vitória às tropas que a praticam.

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