Mais uma greve dos professores das escolas estaduais de Minas Gerais

Já perdi a conta das greves de professores "do estado" que acompanho desde 1993, quando pela primeira vez apoiei ativamente uma greve, ainda estudante e de uma escola particular, que felizmente não estava em greve. Quem ler meus artigos sobre as greves passadas perceberá que tenho severas críticas à tática de meus companheiros professores, que não lhes tem dado vitórias de verdade. Porém, esse artigo não é sobre esse assunto, é sobre a essência da questão!

A educação brasileira, os salários ridículos pagos aos professores, é prova suficiente da incompetência de prefeitos, governadores, presidentes da República e parlamentares para cuidarem do assunto. Não é mais possível que a educação das crianças fique nas mãos dos corruptos. Eles não somente roubam o dinheiro da educação como são sócios dos donos das escolas particulares, que teriam que pagar mais aos seus professores na medida em que o estado pagasse mais aos seus.

A educação pública precisa ser separada dos governos, federal, estaduais e municipais, estruturada democraticamente como as Universidades Federais, mas sem figuras de autoridade como reitores e ministros. Os professores, aliados aos estudantes, devem controlar a educação em cada escola, cada cidade, cada estado, assim como o Ministério da Educação, separado do governo federal. As verbas da educação devem ser de impostos próprios, que não passem nem perto dos (des)governantes.

Professores e estudantes têm todo o direito e todo o dever de reivindicar esse poder, pois em caso contrário nosso país está condenado ao fracasso por ignorância. Se os professores não forem capazes disso, e é bem provável, sei porque sou professor e convivi com muitos, que não sejam, os estudantes precisam ser. 

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