Reitor, UNE e PT contra a organização dos estudantes da UFSJ

Eis que o reitor da UFSJ, que não está suportando conviver com as opiniões divergentes dos alunos, aliou-se com o PT, que também não suporta um movimento social que não lhe seja submisso, e o PT chamou o seu rabo especializado em movimento universitário, o PC do B, que enviou seus militantes, que vieram sob a bandeira da UNE, ou seja, camuflados, e fizeram coro ao reitor. Que vergonha de um dia ter sido do PC do B - Na época, lutavamos, eu e vários camaradas, para que o o PC do B não se tornasse isso que se tornou. Veio agora, se desmoralizar perante todos os militantes estudantis da UFSJ, defendendo o indefensável, a mentira, o capitalismo. Eu na verdade ainda não sei nenhum detalhe de nada que aconteceu no Conselho Universitário ontem, mas somente de saber que foi uma baixaria ( os boatos correm) e os protagonistas acima citados, meu estômago já fica embrulhado.

O reitor é só isso, não deu conta sozinho, nem merece minha atenção. O PT era dono do DCE até as entidades de base libertarem essa organização em 2004, com nossa ajuda, claro. Não, o DCE não se tornou nosso, na verdade nunca tivemos maioria, nem um terço, nem um quarto do Conselho, e não temos esperança de tanto nem depois da Revolução. A pluralidade é total, a transparência é total. Nunca mais foram comprados sofás de 4 mil reais. Nunca mais os informativos do DCE ostentaram as fotos dos candidatos de qualquer partido. Nunca mais o DCE foi parasitado, transformado em "aparelho", em comitê eleitoral e sede partidária.

O que permite essa baixaria nos 200 DCEs do país são as eleições diretas, com as quais partidos que mais parecem quadrilhas, se apossam dessas organizações e as parasitam. Outra forma de legitimar o parasitismo de um partido sobre uma organização estudantil é o congresso, cujos exemplos são a UNE e, em São João del-Rei, a UMES, que já está morta, mas o PT mantém debaixo do braço. Todos se lembram de como a UMES foi usada em várias eleições, como se os estudantes apoiassem esse ou aquele candidato.

Esse parasitismo, longe de ser bom para os partidos que o praticam, é sua morte também. O exemplo é meu ex-partido, o PC do B, que de tanto criar parasitas no movimento estudantil, foi parasitado por esses mesmos parasitas e hoje é o que é. Por isso defendo, de forma intransigente, que os comunistas rompam com qualquer parasitismo, o que no movimento estudantil é fácil, pois basta denunciar as eleições diretas e congressuais e defender todo o poder para as entidades de base.

A resposta dos universitários da UFSJ deve ser a ofensiva, que já deviam ter feito a muito tempo, não somente contra o reitor, que não é nada, é uma luta interna contra vaidade e autoritarismo. A ofensiva deve ser contra os parasitas, a começar por São João del-Rei, onde os irmãos menores dos universitários não tem organização por que o PT quer ser o tutor deles.

Comentários

Mas afinal o Consu consegui aprovar medida que interfere na autonomia da escolha do conselheiro dos estudantes para este ou não?
Outro ótimo texto, coloca outros pontos importantes.
Caros, a reunião do Conselho Universitário foi de baixíssimo nível, a maioria dos conselheiros eram submissos ao reitor e tentaram desviar a discussão dos pontos fundamentais o máximo que puderam. Usaram e abusaram de conceitos e momentos h...istóricos colocados fora do contexto, e negligenciaram qualquer ponto importante das questões.
Sammer Siman disse…
e o fato é que não foi aprovado ainda. foi adiado pra reunião de semana que vem.

belo texto, camarada. importante relembrar do papel (que papel hein?) da UNE e do PC do B, protagonista principal da parasitagem do ME do Brasil, verdadeira direita entre os estudantes secundaristas e universitários.

e quanto aos secundaristas, bem que eles podiam mesmo se integrar nessa luta...fico vendo o movimento universitário (que não é e nunca foi de massa) dar um trabalho danado pros reizinhos da universidade e cidade...imagine uma massa de secundas organizados num conselho de grêmios??
Mas é exatamente nestes tempos de crise que somos presenteados com possibilidades únicas e grupos sociais diversos podem ser radicalizados. É exatamente nestes tempos de crise que toneladas de explosivos estão acumuladas nas fundações da instituição capitalista e a única coisa que está faltando, companheiro/as, é botar fogo neles! (Parte de uma carta escrita na prisão de Corinth por Christoforos Kortesis, um dos seis anarquistas presos no caso “Luta Revolucionária”.)