Os reitores e as entidades de base na UFSJ e no Brasil

No Brasil todo, a exemplo da UFMG onde estudei, a partidarização e pari passu o cupulismo são tamanhos que se um reitor tem a idéia de intervir um pouquinho no movimento estudantil, telefona para o presidente estadual do partido que estiver com as rédeas do Diretório Central dos Estudantes e resolve por cima.

Na UFSJ, como as entidades de base tomaram o poder sobre o Diretório Central dos Estudantes, a coisa chegou no extremo oposto. Para tentar influenciar na eleição de um dos dois representantes estudantis no Conselho Universitário, o reitor andou ligando de CA para CA! Conseguiu um monte de coisas com isso - mostrou aos CAs como estão fortes; indignou os estudantes com a tentativa de intervenção; em consequência encheu um Conselho de Entidades de Base com dezenas de estudantes, que ficaram reunidos até as 4 horas da madrugada se divertindo com a inabilidade do novo militante.

É isso ai, na UFSJ, depois que as entidades de base libertaram o DCE do aparelhismo, até o reitor faz trabalho de base!

Comentários

Parabéns pelo texto, situação ridícula a que chegamos, e a que alguns estudantes, vergonsamente se submetem. Mas, prescisamos impedir este golpe a todo custo.
O modo de organização do DCE-UFSJ é espetacular.Basta comparar com os da USP e UFMG.

Mas parece que foi só o movimento afetar o poder centralizado de "democracia formal" da instituição para que o "burocratismo político" atacasse-o

Assim é necessário mobilização e força política para que o modelo de organização de entidades de base não seja desmoralizado diante de sua base e muito menos seja apropriado pelo capital e pelos políticos e burocratas burgueses como nos outros DCEs e organizações estudantis, leia-se UNE e UEs.

Não podemos deixar que esse novo modo democrático e popular de fazer política seja manchado pelo jogo sujo e golpista da velha política que se tem no Brasil há séculos.

Autonomia e poder para a base sempre!