Devemos comemorar o 13 de Maio ?

Em que se compara o abolicionismo e o comunismo? Principalmente em que o primeiro lutou para convencer a sociedade, e até muitos escravos, que a escravidão tinha que ser combatida enquanto sistema. Antes, os escravos sempre lutaram pela liberdade, mas individual, de escravo por escravo. Os comunistas são os que percebem que o trabalho assalariado não é exatamente livre, é também uma forma de exploração e cruel. São João del-Rei nos serve de exemplo, exemplos aliás, dezenas de milhares de escravos assalariados.

A Lei Áurea foi uma conquista do povo brasileiro, pois foi o reconhecimento por parte das elites de que o movimento abolicionista tinha isolado os escravocratas, dividindo as próprias elites políticas, econômicas e sociais, destruíndo a escravidão daquele tipo. As fugas de escravo tinham se multiplicado, assim como ações judiciais contra senhores de escravos, clubes abolicionistas, jornais abolicionistas, peças de teatro, poemas. Em algumas províncias - Ceará, Rio Grande do Sul e Amazonas - a escravidão já tinha sido derrotada em 1884 e 1885. A lei de 13 de Maio de 1888 foi o arremate, e uma tentativa desesperada do governo, do Partido Conservador, de ganhar para sí o mérito da libertação. A Príncesa Isabel ficou com as honras da grande lei, pois todos sabiam que era abolicionista há anos.

Devemos sim, comemorar o 13 de Maio, mas sabendo que já é tempo de começar a pensar em libertar os assalariados! Mas a escravidão assalariada é muito diferente da colonial. Tudo com que um escravo sonhava era com ser despedido de seu trabalho e deixado em paz, que é o oposto do que o assalariado pode aceitar. A escravidão assalariada está em que o capital não respeita o poder do povo, os capitalistas fazem o que acham que dá lucro, faça isso bem para a maioria do povo ou não. É necessário que a democracia se exerça sobre a economia, mas o poder do capital, o capitalismo, é o oposto disso, é o poder do dinheiro sobre o povo.

Comentários

Dario da Silva disse…
Belo texto, camaradas!
Abraço
Dario
Ótimo texto, companheiro, até mais!