
Temos uma primeira pista no Brasil, hoje aclamado mundialmente como campeão no combate à fome, onde Lula tornou-se famoso pelo seu Fome Zero. Como se nota passados 7 anos, a fome persiste! O Fome Zero beneficiou cerca de 44 milhões de famintos, e reduziu a desnutrição infantil em 73%, mas não colocou fim à fome, que segundo o IBGE ainda atinge 14 milhões de brasileiros (são famílias que passam fome ao menos uma vez a cada 90 dias). Claro que o Brasil tem recursos para acabar com a fome de vez, pois é bem mais rico que Cuba, onde a fome foi extinta. Porém, nem Lula nem nenhum presidente do Brasil pode acabar com a fome pelo mesmo motivo que nenhum presidente dos EUA poderá acabar com a fome nos EUA.
O capitalismo precisa da fome, precisa de miséria, pois precisa do desemprego, e que o desemprego seja o desemprego, ou seja, miséria e fome. Os países capitalistas com seguro desemprego permanente e suficiente precisam compensar essa situação com os imigrantes sem direitos (ou seja, quando os imigrantes ganham direitos, são necessários os imigrantes ilegais). Isso é uma descoberta de Marx, a necessidade que os capitalistas têm de uma massa de desempregados disputando os empregos com os empregados, de forma a reduzir os salários.
Sem fome, sem miséria, os trabalhadores poderiam arrancar dos patrões salários muito melhores. Um governo que fizer isso estará portanto em guerra contra todos os capitalistas, e só não cairá se tiver um apoio muito forte do povo trabalhador, ou seja, terá iniciado uma revolução ou cometido suicídio político se não físico.
Diversos avanços são possíveis ainda sob o capitalismo, e devemos lutar por eles, que facilitarão a revolução e o pós-revolução, mas o fim da fome não é um deles, pois colocaria o capitalismo em crise, e uma crise conforme nunca se viu. As taxas de lucro, já estreitas, desabariam.
A proposta apresentada por Clinton confessa os reais objetivos do plano ao afirmar que existem no mundo conflitos por comida em 27 países. O objetivo, nota-se, não é acabar com a fome, mas com conflitos que não são do interesse “imperial”, limites nítidos nos recursos financeiros de três e meio bilhões fornecidos pelos EUA, que no entanto imprime essa papelada cada dia menos valiosa.
Comentários
Portanto, lutemos por uma revolução permanente, seja através de eleições, seja pela luta armada, se for preciso...
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