
O Arraial Novo, que viria a ser a Vila de São João del-Rei, nasceu centenas de passos acima das margens do Lenheiro, então bem mais caudaloso, e como o Caminho Geral passava junto a essas margens, o arraial se estendeu naturalmente em sua direção, e depois o atravessou, para o que se usava, pasmem, barcos! Não sabemos se podemos acreditar nos desenhos que nos mostram um pequeno barco com uma vela latina, mas certamente se usava barcos para o que hoje um bom atleta pode pular!
O nome do córrego hoje, oriundo do nome da serra de onde nasce, indica um dos motivos de seu emagrecimento – o desmatamento nas nascentes. Certamente a agricultura e a pecuária também contribuíram, mas certo é que ainda cento e cinquenta anos depois de fundado o arraial, o que passava por baixo das poucas pontes então existentes era um rio. A ponte da cadeia já existia então há cinquenta anos, e já era um cartão postal. Passados mais quase cem anos, no aniversário da Estrada de Ferro Oeste de Minas, tendo então a ponte cento e cinquenta anos e suas fotografias estando distribuídas pelo país em jornais, livros e cartões postais, sobre um rio e não um gramado, ainda se represou as águas, o que já então era necessário para colocar barcos para as pessoas passearem.

Teriamos significativa melhoria no trânsito, com súbita redução dos acidentes, que matam cada vez mais em São João del-Rei. Com 82 mil habitantes, São João tem cerca de 24 mil veículos automotores! Que os interesses do lucro, das empresas que ganham com o transporte poluente, fiquem acima da vida, é prova cabal de que o capitalismo tem que ser morto! Eis a força da bandeira, de denúncia do capitalismo, que é duplamente útil, pois facilita a vitória da mesma e enquanto não é vitoriosa flagela o inimigo.
Não somente para o bolso dos trabalhadores, mas para a economia da cidade, trata-se de enorme economia, pois o que os trabalhadores ganham, gastam por aqui mesmo, em nosso pequeno comércio. É estranho, até burrice, que existam comerciantes da cidade que não apóiem os trabalhadores, como se seus ganhos não fossem proporcionais aos salários dos clientes.
Os lucros das empresas de ônibus, de peças e de combustíveis quase não ficam na cidade, pois as duas últimas não são produzidas aqui e a primeira envia seus lucros embora. O que fica na cidade dessas empresas é o salário dos empregados, e esse não vai se reduzir pois as que poderiam demitir, as de ônibus, não podem pois suas linhas são fruto de concessão pública, não podem ser reduzidas até a próxima licitação, que (se o povo tivesse algum poder) poderia até melhorar e ampliar as linhas, incluindo inclusive empresas da cidade, e até motoristas de vãs.
Comentários
Abraços.
Tinha essa ideia quando ai morava e vim a confirmar essa possibilidade observando as cidades aqui na Europa e principalmente Paris. Penso que e uma boa ideia que deve ser bem estudada para ser colocada em pratica.
Obs.: O IPHAM para mim e um órgão de organização e não de paralisação de uma cidade.
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